sábado, 14 de maio de 2011

Adolescência x Droga

Se por um lado o mercado das drogas está em crescimento, por outro lado está cada vez menor a faixa de idade dos adolescentes que entram nesse submundo. Para entendermos um pouco mais o porque de cada vez mais jovens estarem envolvidos em drogas, precisamos antes falar sobre as modificações que ocorrem numa fase da vida pela qual todos nós passamos: a adolescência. Uns conseguem vivê-la sem problemas significativos, porém todos a vivem (ou viveram) com conflitos.

Os conflitos da adolescência sempre existiram. É um assunto em pauta ao longo das gerações. "Os jovens rebelam-se contra a autoridade e não respeitam os mais velhos. Contradizem seus pais, cruzam as pernas e tiranizam seus mestres"; "São cheios de esperança, por não haverem sofrido muitos desenganos e se comprazem na convivência valorizando, mais que as pessoas de outras idades, a amizade e o companheirismo, já que buscam mais o amigo do que o interesse. Tudo fazem com excesso: se amam, se odeiam, se enfim, agem, o fazem com veemência". Adolescência e puberdade caminham juntas.

O conflito entre serem dependentes ou independentes. E é em meio a todos esses conflitos que a droga surge como um elemento capaz de solucioná-los. Oferece uma fuga à realidade e por alguns instantes, sob o efeito dela, se sente o todo-poderoso, "em paz", independente (pois se torna "onipotente de fato"). E é em meio a tantas mudanças, no afã de conquistar a tão sonhada independência, que se junta a grupos. E com medo de não ser aceito por eles, se submete às suas regras. A busca pela independência o leva a ser dependente das regras desse grupo e muitas vezes dependente da droga. É neste ajuntamento que ele consegue muitas vezes ser ouvido na sua "linguagem", pois para eles os pais são ultrapassados, caretas e não sabem nada da vida. Ocorre que muitas vezes a regra desse grupo é se drogar. E se em casa não houve um diálogo suficientemente capaz de envolvê-lo, ele facilmente, e fatalmente, cederá a essas regras. Vale ressaltar que se unir a grupos é extremamente saudável. Quando não o consegue é um sintoma de dificuldade na elaboração dos lutos. O que não é saudável é negar-se, se despersonalizar em função do outro.

O adolescente/jovem se sente onipotente diante da morte e não teme nenhum risco que possa correr. Crê piamente que no momento em que resolver parar com a droga, irá conseguir. Só que este mesmo jovem não conta com o poder destrutivo dessas substâncias, que atuará até mesmo na sua vontade em parar de usá-las. A linha limite entre o prazer que a droga dá e a sua dependência, é imperceptível. Quase invisível. E um simples prazer, até mesmo a nível social, pode levar a um caminho sem volta. O início é sempre inocente. Uma curiosidade..., um desejo de ser aceito..., a sensação de onipotência... O que não dá para acreditar é que um dia essa mesma droga tão prazerosa irá exercer um total domínio, e o fará totalmente controlado por ela.

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